Atitudes & Negócios por Ronan Mairesse

O ego destrutivo 

Desde os tempos das cavernas o ego existe. Aliás, sem ele a espécie humana não teria sobrevivido. Graças ao ego aprendemos a nos proteger das ameaças como leões, tigres, onças e tribos inimigas. O ego foi essencial para evolução humano, pois graças a ele aprendemos a observar ameaças, fugir de encrencas que não seríamos capazes de superar.

Com os passar dos séculos, o ego continuou nos protegendo e mais recentemente, não precisamos mais ter medo de sermos devorados por animais ferozes, pois hoje em dia as ameaças são diferentes: não ser reconhecido, não ser escutado, ser desdenhado, não receber aquilo que deseja, não ser elogiado, parecer inadequado, ser comparado negativamente com os outros e por aí vai.

As pessoas sentem o seu ego tão ameaçado nesse mundo moderno que fazem com que os leões do passado pareçam gatinhos amorosos. Parte da causa disso está diretamente ligada à infância na maneira como fomos criados. São mães e pais que não ensinam as crianças a superarem desafios por medo do ego delas sofrerem. São crianças que nunca passaram por um frustração e não aprenderam a ser resilientes.

São famílias que não deram atenção, carinho e reconhecimento a essa criança e hoje não suportam não serem aceitas e fazem de tudo para que o ego não sofra como no passado. Filhos que, de pais muito bem sucedidos, sentiram-se injustiçados na infância e hoje quando não são compreendidos fogem, se defendem ou atacam quando as coisas não acontecem como eles querem.

Cada vez que saio das minhas aulas de psicologia infantil me sinto preocupado com o futuro, com os tipos de profissionais que teremos e principalmente a qualidade dos novos líderes. De um lado teremos pessoas no comando egocêntricas que gostam mais de falar do que ouvir liderando equipes egocêntricas que irão reclamar que não são escutadas.

No meio estarão os RHs procurando elevar a consciência de líderes e equipes e assim encontrar soluções para que o clima organizacional não seja uma guerra de egos. Para que isso não aconteça, nem vou falar que ensinar melhor as nossas crianças é essencial. Quero me dirigir a você, que já e líder ou funcionário. Ser uma pessoa consciente significa ser capaz de fazer uma avaliação de si mesmo sem a influência do ego. Não é fácil, concordo.

A inteligência emocional é uma prática constante. Somos sempre enganados pelo ego, que diz que nossas capacidades são maiores do que realmente são. Peça ajuda, ouça pessoas que você gosta a respeito das suas atitudes e comportamento. Estude, leia muito sobre o tema. Se autoavalie a cada atitude tomada. Reconheça o seu erro, assuma a responsabilidade, não terceirize a culpa e, principalmente, aprenda com os tropeços. Não permita que o ego lhe deixe cego a ponto de perder a humildade em evoluir.

Ronan Mairesse

Consultor e Mentor organizacional

A mais de 10 anos ajudando empresas, líderes, atletas, clubes e seleções na busca da excelência!

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