Meio Ambiente e Sustentabilidade por Márcio Silva do Amaral

Uma responsabilidade de todos nós

Em 1987, quando iniciei minha carreira profissional aos 13 anos, como “ponta-de-caixa” no saudoso Supermercado Lambert em Taquari, minhas atribuições incluíam empacotar as compras das pessoas e levar até seu carro. Não sei se os “pontas-de-caixas” ainda fazem isso hoje. Eu acondicionava as compras em belos pacotes de papel estampados com a marca do mercado, havia vários tamanhos de pacotes.

Ainda dentro de minhas atribuições, eu era um dos responsáveis em providenciar caixas vazias que sobravam das mercadorias que eram repostas nas prateleiras. Havia grande aproveitamento dessas embalagens. Não só para acondicionar compras, como também para guardar outras coisas e por fim eram usadas para iniciar fogo em seus fogões.

Alguns anos depois surgiram as sacolas plásticas. Uma revolução surgiu. Agora tudo era mais moderno. Não precisávamos de pacotes de papel e nem caixas de papelão. Agora tínhamos sacolas plásticas!!!

Alguns dias atrás, 34 anos depois, saí de um supermercado com 14 itens que comprei e 9 sacolas. Sim, nove sacolas plásticas. Fiquei impressionado e incomodado. A culpa é minha. Talvez eu esteja acostumado com o excesso do uso de sacolas plásticas e não me dei conta do exagero.

Não temos dúvida de que o uso de embalagens facilita o dia a dia. Assim como é inegável o impacto que provocam no meio ambiente, quando não descartada corretamente.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, no Brasil, um quinto do lixo é composto por embalagens, que, quando não recicladas, causam problemas como a poluição de oceanos e a morte de animais, que ingerem detritos tóxicos. Diariamente, chegam 25 mil toneladas de embalagem aos aterros sanitários no país, que necessita de infraestrutura para a recíclabilidade.

Por outro lado, por mais que se crie infraestrutura para atender a demanda de reciclagem de embalagens, é preciso conscientizar. Não é possível continuarmos gerando cada vez mais lixo. Sei que não é só o caso de apontar os problemas, é necessário também propor soluções. Já existem tecnologias disponíveis, mas são muito caras e não chamam a atenção de investidores. Em quanto não temos acesso aos meios tecnológicos para minimizar os efeitos de nossas demandas por embalagens, precisamos nos esforçar para diminuir a geração delas.

Alguns lugares já estabeleceram leis proibindo o uso e a venda de todos os produtos feitos de poliestireno e PVC (cloreto de polivinila) em estabelecimentos de venda de alimentos diretamente ao consumidor. A proibição inclui sacos de plástico para gêneros alimentícios, copos e bandejas para carne, de poliestireno, e as embalagens de poliestireno para hambúrgueres.

As sacolas de papel requerem um número um pouco menor de usos do que as de plástico reutilizáveis para tornaram-se mais ecologicamente corretas do que as sacolas plásticas descartáveis. Por outro lado, sacos de papel são menos duráveis do que outros tipos.

A chave para reduzir o impacto de todas as sacolas – de papel ou plástico — é reutilizá-las o máximo possível, diz Margaret Bates, professora de gestão sustentável de resíduos na Universidade de Northampton, na Inglaterra.

Desta forma você estará contribuindo de maneira positiva para o meio ambiente e a sustentabilidade.