Atitudes & Negócios por Ronan Mairesse

Mudanças ou rupturas

O mundo já vinha ano a ano mudando exponencialmente, mas depois das últimas crises e, em especial, a pandemia, as coisas estão mudando dia a dia. A mudança era vista como um processo, onde era possível ver sinais e interpretá-los para melhor adaptação. Isso levava meses, um ou dois anos. Atualmente são semanas e dias, o que leva à nossa necessidade de prestar mais atenção no mercado, no comportamento do consumidor e principalmente em nós mesmos.

Não temos mais mudanças, mas sim rupturas, em que de uma hora para outra tudo muda. Seja pela crise, por uma maneira diferente de se posicionar da concorrência ou por outros aspectos que fogem do nosso controle. Este estado de alerta em que estamos aprendendo a viver eleva o nosso foco e junto com ele a ansiedade e a agitação, que atrapalham diretamente as nossas tomadas de decisões.

Os dias parecem mais curtos, as semanas passam rápido e quando percebemos já estamos no meio do ano. Tudo isso porque a nossa mente está mais preocupada com o futuro do que viver o presente, características de uma pessoa ansiosa e agitada. A nossa mente não foi “projetada” para isso. A nossa capacidade de resolver problemas está sendo comprometida por causa dessa loucura que estamos vivendo.

Não temos mais tempo para nos aperfeiçoar e, quando temos, acabamos investindo apenas no lazer e na diversão. Não estou dizendo que se divertir é ruim, longe disso, a nossa mente precisa de períodos de ócio para produzir mais. O que quero dizer é que muitos estão esquecendo que para solucionar problemas e produzir mais, além da diversão é preciso aprender novas maneiras de vender, liderar, gerir pessoas, empreender e administrar.

Ao invés de investir em um curso universitário a pessoa prefere trocar de carro para se sentir melhor e mais alegre. Entre fazer um curso que abrirá a sua cabeça para o novo e comprar uma caixa de cerveja, prefere  a segunda opção.

Ao invés de assistir um vídeo no Youtube sobre o seu negócio ou carreira, prefere ver uma podóloga desencravando unhas. Entre ler um livro que pode ajudá-la ou ficar nas redes sociais olhando memes e encaminhando para as pessoas, prefere as redes. Confesso, todas essas coisas são legais, eu mesmo adoro olhar alguém espremendo uma espinha, mas isso não passa de alguns minutos por dia dentro do tempo que defini para ócio, aquele momento que desligo para focar novamente minutos depois. A nossa vida não pode ser uma eterna distração. É preciso definir momentos para cada coisa e, principalmente, para aprender.

O mundo está uma loucura. As mudanças ocorrem sem que percebamos se não estamos atentos. Deixar de aprender é abdicar do sucesso que talvez hoje você tenha, só que amanhã pode não ter mais, pois o conhecimento que temos hoje amanhã talvez não sirva para praticamente nada.