Atitudes & Negócios por Ronan Mairesse

Líderes inseguros são uma catástrofe para o desenvolvimento organizacional

Em gestão de pessoas, costumo sempre dizer que, quando o líder para de torcer ou vibrar pelo sucesso de alguém é porque provavelmente ele parou de evoluir, tanto tecnicamente quanto emocionalmente. Muitos que estão na posição de liderança carregam dentro de si uma quantidade enorme de amarras emocionais que acabam determinando suas ações e atitudes com a equipe. Um líder inseguro, desconfiando e hostil é um grave problema para o desenvolvimento organizacional, pois as pessoas ao seu redor estão mais preocupadas com “o que ele vai pensar” do que ter a atitude de resolver problemas ou criar soluções inovadoras.

Toda pessoa que está no cargo de líder, lá no fundo tem uma necessidade de controle, mas a pessoas precisa ser consciente do grau desse sentimento e trabalhar isso dentro de si para que realmente se torne um líder capaz de empoderar as pessoas. 

Só quem trabalhou com líderes inspiradores sabem o quanto é enriquecedor conviver com alguém que busca um objetivo e ao mesmo tempo se preocupa em trazer as pessoas junto. Para que isso ocorra, o líder precisa ter confiança que as pessoas tenham a competência para entregar e ao mesmo tempo o comprometimento necessário.

O maior problema ocorre quando a pessoa no cargo de líder não confia em ninguém ou perde a confiança com muita facilidade e para completar não tem paciência para desenvolver a pessoa. Leia o que escrevi: “a pessoa no cargo de líder” e não líder, justamente porque não existe liderança com insegurança e sem uma paixão por transformar pessoas. Quando o líder consegue transmitir essa segurança e preocupação com as pessoas ao seu redor, toda a cadeia hierárquica irá modelar esse comportamento, criando assim uma organização formada por pessoas tão confiantes e famintas por evolução capazes de enfrentar e superar adversidades e reveses que surgirem.  
Para que isso aconteça, o líder precisa se autoavaliar e criar estratégias para mudar o seu próprio comportamento.

Tenho visto pessoas no cargo de liderança e até mesmo proprietários tão inseguros que quando existe alguém que tenha iniciativa de inovar e inspirar a equipe, ela se sente incapaz e até mesmo enciumada, criando uma crença sobre si de incapacidade de ser o líder de fato da organização. Muitos se dão conta que esses sentimentos são ruins e buscam mudar, já outros tendem a boicotar aqueles que querem fazer a diferença. O resultado é a saída da pessoa da organização, pois a insegurança da pessoa no cargo de liderança cria um ambiente hostil, e críticas e julgamentos são feitos como forma de defesa.

Toda a sua fragilidade emocional cria um ambiente corrosivo ao desempenho, os melhores pedem para ir embora ou simplesmente adoecem no cargo para a “vibração” do ego de quem está no “comando”, que lá no fundo torce contra.