Projeto Meninas na Ciência influencia a vida de estudantes da Educação Básica

Escola Estadual de Ensino Médio Paverama é um dos educandários participantes tendo 3 alunas como bolsistas.

08/07/2020

Por Clic Paverama | contato@clicpaverama.com.br | Clic do Vale
Em Saúde e Bem-estar

Assim como grande parte das atividades de pesquisa da Universidade do Vale do Taquari - Univates, o projeto Meninas na Ciência também precisou suspender suas atividades presenciais este ano semestre. Durante o período de isolamento social, foram intensificadas as entrevistas e formações on-line da equipe. Estudos e análise de material coletado com bolsistas e alunas participantes do projeto foram realizados, gerando dois conjuntos de resultados de pesquisa. Os objetivos são entender se as atividades têm cumprido com seus princípios pedagógicos e verificar como as ações têm influenciado na vida de estudantes da Educação Básica nas três escolas em que atua: Escola Estadual de Ensino Médio Estrela, de Estrela, Escola Estadual de Ensino Médio Paverama, de Paverama, e Escola Estadual de Ensino Médio Guararapes, de Arroio do Meio. 

"As pesquisas ajudam a perceber as contribuições do nosso trabalho para abrir os horizontes das meninas participantes, para tornar as áreas de ciências exatas e engenharias menos assustadoras para as alunas", ressalta a coordenadora do Meninas na Ciência na Univates, professora Sônia Gonzatti. Ela explica que uma das pesquisas foi elaborada a partir das respostas de um questionário aplicado com 75 estudantes que participaram do evento "Ser cientista e ser mulher" em outubro de 2019 na Univates. A partir dos retornos é possível perceber quatro fatores destacados pelas estudantes: oportunidade de acesso para adquirir conhecimentos em novas áreas, reflexões sobre desigualdade de gênero, influências culturais e sociais que interferem na presença feminina nas áreas de Science, Technology, Engineering and Mathematics (Stem) e reflexões sobre as escolhas profissionais futuras. 

A outra pesquisa foi desenvolvida com as nove bolsistas júnior que atuam nas três escolas que participam do projeto. Segundo a professora Sônia, essa é uma pesquisa que já acontece periodicamente desde 2019 para acompanhar o desenvolvimento do protagonismo juvenil. Alana Dupont Jahn, Natália Sarmento e Luiza Griebeler,são estudantes e bolsistas júnior da Escola Estadual de Ensino Médio Paverama.

Entre as atividades desenvolvidas pelas bolsistas júnior está, em parceria com as professoras das escolas, fazer a mediação dos trabalhos elaborados pelas professoras do projeto e bolsistas da Univates que devem ser executados nas escolas. Para isso, as estudantes recebem a formação necessária, e os ensinamentos, muitas vezes, vão além do que as meninas aprendem em sala de aula. 

Conforme a professora Sônia, percebem-se como resultados gerais o desenvolvimento do gosto pela área de ciência exatas, as possíveis oportunidades que o envolvimento no projeto pode trazer para o futuro e o fato de ser um projeto somente para meninas, que aborda o tema da importância das mulheres nas ciências e dá visibilidade às desigualdades de gênero que persistem nas áreas e carreiras de Stem. A professora destaca que a compilação dos dados qualitativos, baseados nas entrevistas, foi feita pelas bolsistas de graduação do projeto, Vitória Portantiolo Klein e Dayene Borges Guarienti. O projeto de extensão Meninas na Ciência atua com recursos do edital Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação, lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

Saiba mais:

O objetivo do edital Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação do CNPq é apoiar projetos que visem a estimular a formação de mulheres nas carreiras de ciências exatas, engenharias e computação no Brasil, despertando o interesse de estudantes do sexo feminino da Educação Básica (Ensino Fundamental a partir do 6º ano e Ensino Médio) e do Ensino Superior por essas profissões e para a pesquisa científica e tecnológica.

Na Univates, o projeto integra os pilares básicos de uma universidade: ensino, extensão e pesquisa. A primeira área envolve o ensino não formal no espaço escolar, já que caberá às bolsistas de Ensino Médio e Fundamental atuarem como multiplicadoras dos conteúdos definidos pelas escolas.

As atividades de extensão ocorrem pela relação entre a Univates e a comunidade. Já a pesquisa será realizada por meio do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Exatas, para que seja possível investigar os impactos do programa e compreender como se percebem as meninas matriculadas em cursos de Engenharia com pouca presença (ou minoria) de mulheres. De acordo com Sônia, a pesquisa poderá ajudar na avaliação dos resultados e impactos das atividades de ensino e extensão.

AI Univates/Redação