Professor paveramense viaja pela Grécia

Miguel Ângelo Flach, atualmente é professor universitário na Faculdade Três de Maios – SETREM, da cidade de Três de Maio, no noroeste do Estado. Clique e confira a entrevista com o professor, natural de Paverama que viajou pelo berço da civilização ocidental.

16/02/2019

Por Clic Paverama | contato@clicpaverama.com.br | Clic do Vale
Em Pelo Mundo:

Miguel Ângelo Flach, 36 anos, natural de Paverama é professor, Bacharel e Mestre em Filosofia pela Unisinos, atualmente ministra aulas de Filosofia e Humanidades na Faculdade Três de Maios – SETREM, da cidade de Três de Maio, no noroeste do Estado.

Flach viajou para o país considerado o berço da civilização ocidental e contou ao portal Clic suas experiências vividas na Grécia e também em Roma. Confira a entrevista:

Prof. Miguel, por que a escolha de viajar para a Grécia? Também esteve por Roma?

Prof. Miguel: Então, há tempos eu tinha o sonho de viajar para fora do país. A escolha pela Grécia esteve diretamente relacionada à minha área de atuação profissional. Para aproveitar a viagem, acabei mudando a minha reserva para ficar também um dia em Roma nem que fosse para ter um primeiro contato. Posso dizer que conheci mesmo Atenas. Na Grécia, há 192 praias, ilhas que não cheguei a conhecer (ainda). Enfim, na Idade Antiga, da Grécia emergiram os principais caracteres da cultura e identidade europeias e, por consequência, dos países que por ela foram colonizados, inclusive o Brasil, claro. A democracia, a Filosofia, as ciências, o teatro, as artes, o modo de vida e o pensamento ocidental do qual somos parte tiveram suas origens na Grécia.

O que mais te despertou a atenção em Atenas?

Prof. Miguel: bom, confesso que fiquei maravilhado!. Não tinha a dimensão do quanto Atenas é cosmopolita. No primeiro dia, conheci o Parthenon (templo que teve sua construção completada entre 447-432 a.C. e foi dedicado ao culto de Palas-Atena, deusa da sabedoria, na mitologia grega Antiga). Só nas horas em que estive no alto da colina do Parthenon, falei com pessoas de mais de 10 países diferentes e não somente europeus, muitos asiáticos também. Em poucas palavras, eu diria que Atenas é um grande sítio arqueológico turístico que, em suas paisagens e lugares, se confunde com uma cidade contemporânea visitada por uma babilônia de povos, culturas e línguas diferentes!    

Há alguma comida típica que você mais gostou?

Prof. Miguel: Sim! Gostei do Souvlaki. É o fast food, deles. Leva pedaços ou de carne de frango ou de carne suína grelhada, batata frita, cebola, maionese temperada e outros vegetais que não identifiquei (risos). É muito bom!

Há alguma curiosidade que você queira contar?

Prof. Miguel: na verdade, não é algo que seja propriamente uma “curiosidade”. A viagem de ida foi no dia 20/01, domingo. Sábado, 19/01, fui para Porto Alegre pousar na minha irmã, Graciela Flach. Eu estava tenso. Nervoso. Minha irmã foi me buscar na rodoviária, eu com duas malas grandes e uma maleta de mão. Nesta última, carregava meu notebook de trabalho e meu passaporte. Ela parou (não chegou a estacionar) na rua lateral da rodoviária e, na pressa pelo trânsito movimentado, coloquei no porta malas do carro dela apenas as duas malas grandes e a maleta de mão eu esqueci no meio da rua. Fomos jantar e, depois, antes de chegar no apartamento, aproximadamente às 23h15, percebi a falta da maleta com o passaporte dentro sem o qual eu não viajaria no outro dia logo pela manhã. Fiquei desesperado. Fomos para a rodoviária para ver no setor de Achados e Perdidos. Chegamos lá e o setor estava fechado. Sem rumo, fui perguntando aos seguranças e taxistas nos arredores. E nada. O desespero foi aumentando e não mais só em mim. Eram 23h30, minha irmã entrou no carro totalmente descrente e não era por menos: imagina, qual a chance de você deixar algo ao léu no meio da rua na rodoviária de Porto Alegre e ter isso devolvido para você? A chance é quase zero. Enquanto ela arrancava o carro já para ir embora e desistir, eu abordava mais seguranças e trabalhadores da rodoviária. Até que um segurança me levou ao Sr. Vladimir Andrade. Ele tinha guardado a maleta, ela estava intacta e a esta altura eu e minha irmã estávamos nos abraçando, chorando e abraçando o segurança e o Sr. Vladimir. Agradecemos muito. Naquele contexto de perder algo de valor na rodoviária de Porto Alegre e ter restituído intacto, a atitude deste Senhor fez eu repensar e acreditar mais no quanto o que é bom prevalece (sim!) na grande maioria das pessoas.     

Que percepções, que bagagem cultural e ou pessoal você trouxe?

Prof. Miguel: no hostel em que estive hospedado, conversei com uma australiana, uma chinesa, dois egípcios e um grego. Foi muito interessante conhecer um pouquinho as visões de mundo, os valores e crenças que, ao menos eles me disseram, prevalecem em seus países. Quando nós nos fechamos em fronteiras territoriais, o quão nos comportamos quase como subespécies de um mesmo gênero incapaz de diálogo intercultural? Esta foi uma reflexão. E ainda: em seu livro Mar sem Fim, Amyr Klink, um viajante muito conhecido, traz uma passagem interessante: “um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir e ver”.  

Em janeiro de 2018 Miguel Flach concedeu uma entrevista ao Clic Paverama, o Clic do Vale! falando sobre sua vida e trabalho. Clique aqui e confira: 

Miguel Flach: um professor, um "sonhador esforçado"

 

 

     

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