Ministério da Agricultura confirma quarto foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul

Doença foi detectada em uma ave da espécie trinta-réis-real, em São José do Norte, e está entre os 300 animais encontrados mortos ou doentes desde o final de setembro.

16/10/2023

Por @ClicPaverama | contato@clicpaverama.com.br | Clic do Vale
Em Agricultura e Meio Ambiente

Um novo foco de gripe aviária em aves silvestres foi confirmado no Rio Grande do Sul. A doença foi confirmada nesta sexta-feira em um exemplar da espécie Trinta-réis-real, encontrado na praia do Mar Grosso, em São José do Norte. Esse é o quarto caso em aberto no Rio Grande do Sul, que já contabilizava três em mamíferos aquáticos (Rio Grande, Santa Vitória do Palmar e Torres). 

A gripe aviária é uma doença viral altamente contagiosa. Embora afete principalmente aves, pode infectar mamíferos, cães, gatos, outros animais e humanos. Por isso, todas as suspeitas de influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em animais, devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura por meio da Inspetoria de Defesa Agropecuária mai próxima ou do Whatsapp (51) 98445-2033.

Segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), a notificação não altera a condição sanitária do Estado e do país e não há risco para consumo de carnes e ovos. O Rio Grande do Sul registrou um foco de influenza aviária em aves silvestres também em maio, quando foi confirmada em um cisne-de-pescoço-preto na Estação Ecológica do Taim (ESEC Taim). Porém, o mesmo foi encerrado, após evidências epidemiológicas e coletas negativas.

A diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA), Rosane Collares, informa que a confirmação do caso coloca as equipes da Seapi em vigilância ativa. O monitoramento ocorre em um raio de três quilômetros do foco, conforme recomenda os protocolos de segurança do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
"Nossas equipes estão engajadas para evitar a disseminação do vírus, principalmente para que não chegue às aves de subsistência e à avicultura comercial”, ressalta Rosane. Uma equipe de fiscais e técnicos estaduais agropecuários também farão visitas às propriedades rurais da região para sensibilizar e orientar a população da área quanto à notificação de suspeitas. 

Doença atinge mais de 300 animais no RS:

Mais de 300 animais já foram encontrados doentes ou mortos no litoral gaúcho desde a primeira notificação de suspeita de gripe aviária em mamífero aquático às autoridades oficiais, em 30 de setembro. Segundo a Seapi, até esta sexta-feira, o número estava em 311 animais entre mamíferos aquáticos e aves silvestres, localizados nos municípios de Imbé, Mostardas, Palmares do Sul, Pelotas, Pinhal, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, São José do Norte, Tavares e Torres. 

A partir de agora, conforme orientação do Mapa, não haverá mais coletas em leões-marinhos, lobos-marinhos e trinta-réis-real encontrados, apenas se uma nova espécie de animal apresentar sintomas de influenza.

Mas as equipes do SVO-RS, do Centro de Estudos Costeiros Limnológicos e Marinhos (Ceclimar/UFRGS), do Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram/Furg), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Patrulha Ambiental (Patram) da Brigada Militar, do Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (Nema) e do Laboratório de Ecologia e Conservação da Megafauna Marinha (Ecomega/Furg) trabalham de forma integrada no monitoramento de todo o litoral do Estado.