No dia 30 de junho de 2025, Carlos Alberto Hartmann, ou simplesmente “Beto”, encerrou uma trajetória de 36 anos e meio como servidor público da Prefeitura de Paverama.

Aos 21 anos, ainda jovem e recém-chegado à vida adulta, ele deu início a uma jornada que deixaria marca profunda na história do município, especialmente nas áreas da saúde e da política local.

Mais do que uma longa carreira, Beto foi testemunha e protagonista de quase toda a história do município até aqui. Paverama celebrou, em 2025, seus 37 anos de emancipação político-administrativa, dos quais Beto esteve presente em 36. Uma presença contínua, marcada por dedicação, versatilidade e compromisso com a população.

A história de Beto com o setor público começou em 2 de janeiro de 1989, quando, a convite do então prefeito Ivo Rollof, ingressou como motorista contratado. No ano seguinte, prestou concurso e se tornou servidor efetivo. Em 1991, com a criação do fundo próprio de previdência, sua atuação passou a ser vinculada definitivamente à estrutura funcional do município.

Mas a trajetória de Beto foi muito além de sua função inicial. Ele esteve na linha de frente da organização da área da saúde do município, numa época em que os recursos eram escassos e as estruturas improvisadas. "A gente não tinha ambulância. Fazíamos socorro numa Parati, deitava o banco. Ou numa Kombi com colchonete", relembra. O primeiro veículo oficial de emergência foi adquirido somente em 1997, durante a gestão do prefeito Nilo Vieira Sarmento.

Ao longo dessas décadas, Beto acompanhou a evolução da cidade e participou diretamente dela. “Tudo foi um aprendizado. Eu cresci com isso. Aprendi muito com todos os prefeitos que passaram”, destaca ele, que, além de servidor, também ocupou cargos políticos: foi vereador por quatro mandatos, presidente da Câmara de Vereadores em 1997, 1999, 2006 e 2015, e vice-prefeito entre 2009 e 2012, ao lado de Elemar Rui Dickel, o Branco.

Entre suas lembranças, estão histórias que revelam tanto as dificuldades enfrentadas quanto o carinho pela população. Como o caso do morador do interior que foi levado à capital para atendimento médico e, por medo de ser roubado, deixou a dentadura em casa. “Pode parecer engraçado, mas mostra a realidade de antigamente. A gente fazia o possível para que as pessoas se sentissem seguras, acolhidas”, relembra.

Beto também se orgulha do reconhecimento popular e do respeito conquistado. “Ninguém morreu comigo dentro de um carro da prefeitura. Nunca me envolvi em acidente, nunca tive apontamento no Tribunal de Contas. Sempre trabalhei pelo certo, mesmo com tropeços normais da vida", pontua.

Com a aposentadoria, ele diz que não pretende mais retornar à vida política. “Espero que as pessoas não percam tempo me convidando. Recebo todos com carinho, mas política, para mim, já passou”, afirma com convicção. Agora, o foco é a vida pessoal: cuidar da esposa Ivonete, aproveitar os netos e valorizar o tempo com a família.

Ao olhar para trás, Beto se emociona: “Eu só tenho orgulho desse Beto de 1989. Ele começou certo, com vontade de ajudar. Foram muitos desafios, mas muitas vitórias também. Eu não imaginava tudo isso, mas valeu a pena. Agradeço a Deus e a todos que estiveram comigo nessa caminhada.”

Fotos de 1996 e 2015, expostas na galeria de ex-presidentes na Câmara de Vereadores de Paverama.

Homenagens do Legislativo e Executivo:

No dia 3 de julho, durante a sessão da Câmara de Vereadores de Paverama, Beto foi lembrado em diferentes falas dos parlamentares, que destacaram sua dedicação e trajetória ao longo de mais de três décadas. Além disso, no ato oficial de sua aposentadoria, recebeu uma homenagem da prefeita Michele Vargas, que enalteceu sua contribuição para a saúde e  desenvolvimento do município.

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