As roupas íntimas mal higienizadas podem abrigar até 10 mil bactérias

29/11/2017

Por Clic Paverama
Em Saúde e Bem-estar

Uma pesquisa feita pela universidade DeVry Metrocamp, de Campinas (SP), constatou que até 10 mil microrganismos podem ser encontrados em roupas íntimas, mesmo depois de lavadas. Foram analisadas 52 peças, sendo 27 novas e 25 usadas, após a lavagem. A pesquisa analisou cuecas, calcinhas e sutiãs recém-comprados e após as lavagens e identificou microrganismos relacionados a infecções urinárias, de pele e intestinal.

Nas peças novas, 85% tiveram crescimento de bactérias e 29%, além das bactérias, apresentaram contaminação por fungos. Nas cuecas, de cinco amostras analisadas, quatro estavam contaminadas, uma delas contendo mais de 100 bactérias. Os microrganismos encontrados foram Staphylococcus saprophyticus e Cândida albicans.

Já as calcinhas, todas as 14 amostras estavam contaminadas. Em uma delas, foram encontradas 250 bactérias,e aStaphylococcus aureus foi a mais comum. Também foram analisadas cinco peças íntimas infantis, que mostraram contaminação em 90% dos casos.

Nas peças usadas, 92% das amostras estavam contaminadas com microrganismos e nos sutiãs foram encontradas as bactérias E. coliCandida krusei e proteus mirabilis, que são relacionadas a infecções urinárias, de pele, intestinal e de garganta. Já nas calcinhas e cuecas, foram encontradas as bactérias E. coliK. pneumoniaeAcinetobacter baumaniS. saprophyticusS. aureusProteus mirabilis e Cândida.

“Os microrganismos encontrados são provenientes do ambiente e chegam às peças íntimas através da água usada na lavagem, do ar, do ambiente doméstico, quando ficam guardadas em gavetas sem higienização e também pelo próprio usuário”, explica Rosana Siqueira, bióloga especializada em microbiologia e pesquisadora responsável pelo estudo.

Segundo a pesquisadora, o ideal é que as peças sejam lavadas, passadas com ferro sem vapor e guardadas em local limpo e arejado. Além disso, ela indica usar sabão neutro e não deixar as roupas íntimas secarem no banheiro.

Algumas doenças decorrentes

A umidade na região genital ou a falta de higiene podem causar ou estimular o aparecimento de algumas doenças e problemas ginecológicos ou que atingem homens e mulheres.

A candidíase, por exemplo, é uma infecção vaginal causada por um fungo do gênero Candida , mais comumente conhecido como fungo Candida albicans. O fungo causador da doença faz parte da flora vaginal saudável e está presente no organismo das mulheres em pequenas quantidades. Porém, se o organismo está debilitado, seja por estresse, baixa imunidade, entre outros motivos, os fungos se proliferam e podem causar a infecção. Como a região genital feminina é quente e úmida, a proliferação do fungo torna-se mais fácil.

É importante lembrar que a candidíase não é uma doença sexualmente transmissível. Ela pode ser bastante desagradável, mas, na maioria dos casos, é comum e simples de ser tratada. A candidíase pode ocorrer também em homens.

Também chamado de vaginite ou vulvovaginite, este é outro problema ginecológico comum e uma das causas mais frequentes de consulta ao ginecologista. Pode ocorrer durante a infância, graças a uma higiene inadequada, principalmente após a evacuação; nesta fase do desenvolvimento denomina-se vulvovaginite inespecífica. Pode, também, surgir com a menopausa, devido à diminuição na produção de estrógenos (hormônios femininos) e à ocorrência de modificações na camada interna da vagina, fatores que tornam a pessoa mais suscetível às agressões externas.

O Sul