O governo do Rio Grande do Sul está avaliando se irá declarar estado de emergência zoosanitária e se será necessário reforçar ações para impedir o avanço da gripe aviária em seu território. A posição da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) segue orientação dada na quinta-feira pelo ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro. O estado de emergência em nível nacional já declarado pelo Mapa permite a mobilização de recursos federais e a cooperação com outros ministérios, organizações governamentais e não governamentais em todas as esferas de governo.

Conforme o Mapa, estados e municípios precisam adotar medidas similares para acessar e disponibilizar os recursos necessários, incluindo força de trabalho, logística, materiais e tecnologia. Ainda não houve registro de casos de gripe aviária em granjas comerciais brasileiras, mas o país sente os primeiros impactos comerciais, embora continue sendo um dos quatro países do mundo sem influenza aviária de alta patogenicidade em produção comercial.

Segundo maior destino das exportações de carne de frango brasileira, o Japão suspendeu temporariamente as aquisições de produtos do Espírito Santo e de Santa Catarina. O Brasil exportou 2,6 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano, sendo 219,8 mil toneladas para o Japão, aumento de 8,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já Santa Catarina, o segundo maior exportador nacional, comercializou 545,5 mil toneladas para o exterior no primeiro semestre. Após o embargo japonês, o estado deverá declarar o estado de emergência zoossanitária.

Na próxima semana, o ministro Fávaro estará em missão oficial na Ásia, continente que registrou o maior crescimento nas exportações de frango neste ano. Ele deve se reunir com o governo japonês para reafirmar as medidas de segurança sanitária na produção brasileira. Na quinta-feira, Fávaro reforçou a importância do estado de emergência em reunião com governadores e representantes dos estados para que possam acessar os recursos já disponibilizados pelo governo federal e aplicá-los nas ações necessárias para evitar o avanço da gripe aviária.

A influenza aviária é uma doença com distribuição global e ciclos pandêmicos ao longo dos anos, com sérias consequências para o comércio internacional de produtos avícolas. Em 15 de maio de 2023, foi detectada pela primeira vez em território nacional, diagnosticada em aves silvestres, o que não afeta a condição do Brasil como país livre de IAAP para o comércio.

No Rio Grande do Sul, o primeiro foco da doença foi confirmado no final de maio e atingiu aves silvestres na Lagoa da Mangueira, no município de Santa Vitória do Palmar. O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) da Seapi mobilizou técnicos para fiscalizarem a região.