Endividamento no Brasil: 39% dos brasileiros lidam com dívidas e enfrentam impactos sérios na saúde mental, aponta Observatório Febraban
Pesquisa do Observatório Febraban aponta que 39% dos brasileiros estão endividados e revela consequências que vão além do orçamento doméstico.
18/09/2025
Por @ClicdoVale | contato@clicdovale.com.br
Em Notícias Gerais
O endividamento das famílias brasileiras atingiu um patamar preocupante e revela consequências que vão muito além do orçamento doméstico.
Uma pesquisa nacional do Observatório Febraban, realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE) entre 12 e 26 de junho de 2025, entrevistou três mil pessoas em todas as regiões do país e apontou que 39% dos brasileiros estão endividados. O estudo destaca que, além das pressões financeiras, as dívidas estão causando um impacto profundo na saúde emocional, nas relações familiares e na qualidade de vida de milhões de cidadãos.
Endividamento e saúde emocional: uma crise silenciosa:
Os números revelam um problema que é tanto econômico quanto psicológico: 77% dos entrevistados afirmaram que a preocupação com dívidas compromete sua saúde mental, provoca ansiedade, insônia, estresse e desgastes nos relacionamentos pessoais. Essa crise silenciosa é reforçada pelo depoimento de brasileiros que acumulam múltiplas fontes de crédito para cobrir despesas básicas, entrando em um ciclo que amplia o risco de inadimplência.
“Quando a dívida começa a tirar o sono e minar a autoestima, não estamos falando apenas de números no extrato — estamos falando de saúde emocional e da qualidade de vida das famílias”, destaca Aline Vacilotto, especialista em finanças pessoais. “É por isso que a educação financeira precisa ir além de teorias: ela deve oferecer ferramentas práticas para que as pessoas retomem o controle e reconstruam sua estabilidade.”
A sobrecarga emocional causada pelas dívidas tem reflexos diretos na produtividade no trabalho, no convívio familiar e até na saúde física. O Radar Febraban também aponta que 83% da população percebe aumento nos preços e no custo de vida, reforçando a pressão sobre orçamentos já comprometidos.
Crédito frequente e juros elevados agravam situação:
O levantamento indica que mais de 60% dos brasileiros utilizam regularmente cartões de crédito e empréstimos pessoais para manter as finanças equilibradas. Esse comportamento, quando não acompanhado de um plano sólido de pagamento, pode ser arriscado. Em um cenário de taxas de juros historicamente altas, uma dívida de R$ 1.000 pode chegar a R$ 1.600 em apenas três meses de atraso, criando uma bola de neve financeira que aprisiona as famílias.
Essa realidade evidencia a necessidade de maior educação financeira e conscientização sobre o uso consciente do crédito. 55% dos participantes admitiram ter pouco ou nenhum entendimento sobre como gerenciar suas finanças, um dado que reforça a urgência de iniciativas de alfabetização financeira em escolas, empresas e comunidades.
Expectativas para quitação das dívidas: otimismo e incertezas:
Os brasileiros endividados demonstram sentimentos mistos em relação ao futuro: 37% acreditam que conseguirão quitar suas dívidas até o fim do ano, enquanto 24% reconhecem que levarão muito tempo para regularizar sua situação financeira. Outros 23% temem terminar 2025 ainda mais endividados. Essa disparidade reflete tanto a esperança em uma recuperação econômica quanto as dificuldades impostas por fatores externos, como inflação, desemprego e aumento do custo de vida.
“Ter clareza sobre receitas e despesas é o ponto de virada”, afirma Aline Vacilotto. “Ao mapear dívidas, renegociar prazos e buscar ajustes no orçamento — ou até uma renda complementar temporária — as famílias não apenas aliviam o estresse financeiro, mas também recuperam a confiança para planejar o futuro.”
Educação financeira como ferramenta de transformação:
Especialistas apontam que planejamento financeiro pessoal, controle de gastos e busca por renda extra são medidas fundamentais para evitar que pequenas dívidas evoluam para crises maiores. Ferramentas simples, como planilhas de orçamento doméstico e aplicativos de controle financeiro, podem ajudar consumidores a visualizar receitas e despesas, tomar decisões mais conscientes e reduzir o estresse relacionado às contas.
Além do esforço individual, o levantamento reforça a importância de políticas públicas, iniciativas corporativas e campanhas de conscientização que fortaleçam a cidadania financeira e ofereçam suporte emocional aos consumidores. A relação entre dinheiro e saúde mental exige uma abordagem integrada, que envolva educação, prevenção e orientação prática.
Endividamento: um desafio coletivo para o Brasil:
O estudo do Observatório Febraban mostra que o endividamento não é apenas uma questão individual, mas um problema coletivo que impacta a economia e o bem-estar social. Famílias sobrecarregadas financeiramente reduzem o consumo, afetam o comércio local e enfrentam dificuldades para investir em educação, saúde e moradia.
Ao mesmo tempo, a pressão emocional decorrente das dívidas pode gerar efeitos em cadeia: aumento de doenças psicossomáticas, conflitos familiares e queda na produtividade econômica. Discutir o tema de forma ampla e responsável é essencial para construir soluções sustentáveis que protejam tanto o equilíbrio financeiro das famílias quanto a saúde emocional da população.
Caminhos para enfrentar o endividamento e recuperar o bem-estar financeiro:
Entre as estratégias recomendadas para os consumidores estão:
- Mapear todas as dívidas e priorizar as de maior impacto financeiro.
- Revisar despesas fixas e variáveis, eliminando gastos supérfluos.
- Buscar renegociação com credores para reduzir juros e prazos.
- Considerar fontes de renda extra como forma temporária de reforço financeiro.
- Investir em educação financeira, participando de cursos, palestras ou consultorias especializadas.
A ampliação do acesso à informação e o incentivo à gestão consciente do crédito são passos decisivos para reduzir os números alarmantes de endividamento. O debate precisa envolver famílias, instituições financeiras, governos e empresas, garantindo que a população tenha ferramentas para construir uma relação mais saudável com o dinheiro.
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