Thales Kroth de Souza por Thales Kroth de Souza

Os impactos dos reajustes e no consumo na conta dos brasileiros

O consumo não é um fator tão fácil de controlar, mesmo em uma adaptação para voltar ao azul, é preciso de disciplina, foco, coerência com seus gastos de acordo com os seus ganhos. Em uma crise financeira, driblar fatores que estão intrínsecos nos preços dos alimentos e nas contas de consumo como água, luz, gás e telefonia refletem um problema que vem a mesa das famílias e posterga realizações impondo tarefas bem rígidas para que o orçamento fique controlado.

Alguns serviços como planos de saúde (até 15%), alimentação e bebidas (19,05%), gasolina (68,6%), gás de cozinha (35,16%) ou mesmo a inflação medida pelo IPCA divulgado pelo IBGE em 2021 em 10,06% preocupam muito o bolso dos brasileiros pela questão que os aumentos salariais não tendem a acompanhar um setor isolado apenas uma parte, fazendo com que percam valor, perda de valor de seus recebimentos. Essa questão generalizada é por diversas questões, a mais importante é a negociação mesmo.

O salário mínimo foi reajustado em 10,16% a R$1212,00. Teve ganho real? Frente a inflação sim de 0,10%, todavia contra o método oficial não. Ainda que pareça ruim, em 2021 o aumento do salário-mínimo não teve aumento real, foi e 5,26% frente ao INPC de 5,45%, igual aconteceu em 2020 com reajuste de 4,1% frente 4,48% do índice, a compensação parcial veio em 2022, faltando ainda mais de dois dígitos percentuais para voltar ao poder de compra medido.

Setores como a venda o de veículos tiveram perdas volumosas, e altas fortes. Começando pelo IPVA que terá alta média de 22%, sendo que o cálculo é a base da tabela FIPE do automóvel multiplicado pela alíquota do Estado. Se pensar em trocar de carro nesse momento, pense muito bem sobre a oportunidade de trocar por um seminovo, pois a questão da pandemia, falta de chips, infraestrutura, inflação para o setor provocaram foco no consumidor na emergência ou no que mesmo importa: o transporte.

O preço de passagens de ônibus podem ter reajuste de até 50% em 2022; até novembro de 2021, as passagens aéreas tiveram reajuste de 36,5% no acumulado de 12 meses; transporte por aplicativo teve reajuste de 33,75% em 2021; e o setor pode ter mais influência com os reajustes posteriores com a volta da abertura de comércio e serviços mais livremente, desde a liberação do uso de máscaras em locais públicos até questões mais intensas quando da volta ao normal gradativamente.

Realmente, um dos problemas para o risco dessas alterações econômicas é a manifestação da parte pública para o acompanhamento de taxas de reajustes diretamente para o bolso da população. A questão está centrada na renda média sendo diferente do salário-mínimo em algumas vezes. Por exemplo, SANASA (15,92%), DAE (35%), DAAE (17%), CAGECE (6,69%), CAGEPA (8,34%), COPASA (-5,99%), CORSAN (5,22%, antes o reajuste de 12,19% tinha sido aprovado pela AGERGS e parcelado em julho de 2021 em 6,97%, e o restante de 5,22% para janeiro), SAMAE (8,97%), SANESUL (-3,3%), SANASA (15,92%), SANEAGO (8,85%, que não tem reajuste desde julho de 2019), entre outras, aprovaram aumentos nas taxas de serviços de água e água, esgoto e coleta, sendo que há casos de diferenciação do serviço. Quando possível, algumas realizaram até redução do valor por conta que já há acompanhamento no sentido de manter a padronização dos serviços.

Em novembro a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica já previa aumento nas contas de energia elétrica em até 21,04% e ainda créditos de R$15 bilhões para o setor pelo Governo Federal. Há projetos como os créditos de ICMS (e outros tributos) que podem ser benéficos para empresas e empreendedores. Uma iniciativa que o país precisava de reais interesses para a resolução da forte regulação que possui no setor e créditos bondosos para empresas que possuem grupos de interesses em evidência. Na política, o bem comum é para a sociedade e benefícios gerais, não de negócios; negócios são negócios.

Uma configuração que os jornais não mostram é que a família média brasileira sofre com alterações  nos preços nos itens os quais não acompanham o mercado. Há uma defesa interessante sobre a tributação na renda e não nos serviços, produtos e bens de consumo. A problemática para a questão é que os tributos encarecem demais na compra e no consumo imediato, assim, seria muito plausível a mordida do leão ser feita no pagamento de renda do que na cesta de frutas e alimentos, serviços gerais, itens do cotidiano. Os benefícios são mais claros quando aproximamos a régua da desigualdade social e econômica frente que as famílias com até dois salários mínimos ou classe E, segundo o IBGE, gastam 26% com alimentação, sendo que famílias que ganham a partir de R$24.240,00 ou da classe A, segundo o IBGE, usam apenas 5% do orçamento. Nessa visão clara, faz sentido a tributação na renda, e não nos produtos.

Uma sofisticação que o Banco Central trouxe para o mundo finanças é a tecnologia do PIX, de transferências instantâneas. O brasileiro só teve a ganhar com o pagamento e a transferência mais rápida e prática para compra, venda, aquisição e giro de mercados, serviços e negócios. Apesar de criminosos tentarem inovar como sempre tentam e tentaram com outros métodos sujos, a prática de lavagem de dinheiro e uso cada vez mais sofisticados de métodos para fazer o dinheiro sujo parecer limpo, a tecnologia apropriada para o consumo em golpes, crimes cibernéticos e ousadias em tentar driblar legislações e desavisados que não checam se as informações são verificadas, a tecnologia é aliada para todos os bolsos que desejam economizar em tarifas bancárias, principalmente em uma época de crise.

Não existe segredo também para as contas digitais e as instituições financeiras de meios de pagamentos que até rentabilizam sua grana se deixá-la na conta, o problema – e este deveria ser sempre sua missão – se seu dinheiro está protegido com esta operação, está atrelado a qual índice, se está tendo ganho real (ganhando da inflação – IPCA) e onde esse dinheiro está sendo usado pela IF – instituição financeira. Como meu leitor sabe: não existe almoço grátis e, sua maior defesa e ataque, está literalmente na palma de suas mãos para saber informações importantes, não só para manter-se informado, mas para ter noções do que fazer se algo similar acontecer. A segurança de estar preparado também é um excelente investimento para sua mente e seu bolso.

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