Thales Kroth de Souza por Thales Kroth de Souza

Inflação, um amigo que come junto à mesa

Inflação é um indicador econômico. É atribuído a um aumento de preços movimento pela capacidade das pessoas de uma população acerca seu podes aquisitivo, a diferença é a disparidade conhecida como inflação. No Brasil, é medida oficialmente pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o qual calcula a variação de preços de bens de consumo de famílias que recebem de 1 a 40 salários mínimos em nove regiões metropolitanas, no Distrito Federal (DF) e em Goiânia-GO. Outro indicador chamado IGP-M, ou melhor, Índice Geral de Preços ao Mercado, é calculado sobre os preços do atacado, pode ser confundido com o IPCA, este último calculado sobre o varejo.

Dito isso separemos o joio do trigo. Inflação é algo que reduz a capacidade do consumidor comprar o mesmo item pelo mesmo preço. A inflação atrapalha o mercado pela sua capacidade de gerar valor e de gerir negócios. Tem sido a temática de diversos governos e gestão de políticas macroeconômicas quando se põe na balança comercial e os pagamentos das nações suas intenções. A inflação virou sinônimo de alteração da curva de pagamentos.

A China na dinastia Yuan (1271-1275); a Inglaterra nos tempos de Eduardo III (1336-1350), entre 96% a 104% e, chegando a 300% (entre 1346-1350); com o rei Mansa Muça, em 1324, enquanto passava pelo Egito; entre 1919 a 1923, na Alemanha, com 1.000.000.000.000% (1 trilhão por cento); ou no Brasil, entre 1990 a 1994, com inflação média de 764% e, especificamente, 2.708,55% em 1993.

A inflação teve participações importantes nas mesas de todas as nações, nas indicadas aqui com um tratamento diferente. Diferente porque a gestão estava realizando um papel caótico principalmente por achar que financiar mais guerras, mais gastos públicos, doar mais e mais ouro, ou inflar suas contas resolveria o problema sem ter que cortas gastos.

Em 2018, a inflação na Venezuela chegou a 1.698.844,2% e sua economia atingia um ápice de crise institucional, segurança jurídica, política problemas internos e relações externas.

Entre julho de 2015 e julho de 2016, Sudão do Sul acumulou inflação de 661,3% principalmente pela redução na produção do petróleo do país, grave situação econômica, conflito desde 2013 por uma tentativa de golpe de Estado, inseguranças jurídica e política.

A Bolívia registrou inflação de 23.443% em 1985; seguindo, a Argentina registrou 20.262% em 1990; o Peru 12.378% em agosto de 1990; o Brasil com 6.821% em abril de 1990; e o Chile em abril de 1974 com 745%.

Não foram bons momentos, foram de intensos aprendizados que todos aqueles que passaram ou passam por isso desejam esquecer, pois uma vez passado, os vestígios de inflações como essas são marcantes como se fossem uma guerra que assola o país por dentro, diretamente na mesa das famílias. E onde um come à mesa, de amigo que vai se chegando, transforma-se em um inimigo invisível e destrutivo.

O primeiro passo importante para controlar a inflação ou achatá-la é a necessidade que o governo precisa sobre o financiamento com a moeda. É cortando na carne: redução de custos com despesas de pessoal, cortes no orçamento, desinvestimentos, parada de pagamentos. O ajuste de finanças públicas não tem uma receita de bolo, mesmo estudando crises financeiras a séculos, a humanidade não estará sempre livre de uma “bomba” invisível que pode se inflar. O aumento de impostos não é uma medida popular, e pode ser algo insustentável causando um grave crise ou guerra civil. É complicado. Precisa-se de muito equilíbrio, comunicação, relacionamento, diálogo, debates públicos, interesses coletivos sobre a situação do país.

Inflação é uma amigo que come junto à mesa. Não é convidado, entra sem convite, causa tumulto e vai embora quando o crescimento está bem forte, todavia quando menos se espera, ela está só aproveitando o formato da distribuição dos gastos na mão invisível do Estado na economia e distração que o consumo e os investimentos descabidos em uma nação são realizados. Os cuidados partem da gestão pública e não a apoio popular enquanto não há resoluções.

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